quinta-feira, 30 de abril de 2009

Workshop sobre Reservas Legais

Nos dias 25 e 26 de Junho de 2009 será realizado, no município de Itirapina-SP, o workshop “Reservas Legais: experiências e perspectivas de pesquisa e gestão utilizando o mecanismo de compensação”, no Centro de Recursos Hídricos e Ecologia Aplicada – CRHEA da Escola de Engenharia de São Carlos – EESC, Universidade de São Paulo – USP.

Mais informações podem ser obtidas pelo site do evento http://www.shs.eesc.usp.br/workshoprl/

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Matemática da terra

Hoje, 29.04, ocorrerá a esperada audiência marcada por um setor da EMBRAPA para demonstrar que o Código Florestal "trava" a produção no Brasil. Segue abaixo artigo do recém-criado blog de Ciência da Folha de São Paulo (Laboratório), sobre essa iniciativa.
O LERF, através do Prof. Ricardo Rodrigues, ajudou a mostrar argumentos contrários a essa afirmação, lembrando que as Reservas Legais podem ser manejadas para produção, através de espécies nativas, e que além disso há várias áreas abandonadas em propriedades agrícolas que, com um pouco de trabalho e boa vontade, podem, a partir de um zoneamento agrícola, ajudar a compor as Reservas Legais sem prejuízos exorbitantes para a produção agropecuária.
Vejamos nos dias seguintes os resultados disso.

"Começa hoje mais uma ofensiva dos ruralistas contra o Código Florestal. Desta vez, a arena é o Congresso Nacional, onde o setor desmatador tem representantes de peso. Reportagem de Daniela Chiaretti no Valor (aqui, só para assinantes) dá conta de que a senadora Kátia Abreu (DEM-TO), presidente da Confederação Nacional da Agricultura, organizou uma espécie de audiência para debater a lei ambiental.

A "pièce de résistance" do convescote será um estudo preparado por Evaristo de Miranda, da Embrapa Monitoramento por Satélite, que dá conta de que o Brasil tem pouca terra para ampliar sua produção. Excluindo unidades de conservação, terras indígenas e reserva legal, sobram "menos de 30%" do país para ocupação agrícola. Um drama para um país que precisa expandir sua produção de alimentos e, claro, de biocombustíveis. Não é?

Mas examinemos agora os números absolutos. Não é o caso nem de entrar no mérito do estudo, nem de apontar que o ministro Reinhold Stephanes, chefe de Miranda, apresenta ao público uma conta ligeiramente diferente (cerca de 33%). Nem de ressalvar que nem toda área protegida é intocável ou, como lembrou a senadora Marina Silva, o país tem um montão de terras agricultáveis abandonadas a recuperar (coisa que a Embrapa não se propõe a fazer). Vamos aceitar a cifra de Miranda: 29% do país está à disposição da agricultura. Quanto dá isso?

Dá... uma Argentina! Incluindo os Andes, os desertos e os pedrais da Patagônia. São 2,4 milhões de quilômetros quadrados. OK, a Argentina é um pouco maior: 2,7 milhões de quilômetros quadrados. Excluamos então os pedrais da Patagônia, e talvez os campos de gelo. Os ruralistas estão reclamando porque o Brasil só tem o equivalente a UMA ARGENTINA para produzir. A Argentina é o oitavo maior país do mundo.

Ora, não me consta que os agricultures da Argentina (que, vale lembrar, também é uma das principais potências agrícolas do planeta) reclamem de falta de terra, ou que tenham tentado anexar o Uruguai porque, "che, chabón, la Argentina es tán chiquita".

E por que, em nome de Jesus, a lógica ruralista insiste em igualar expansão de produção a expansão de terras e não de produtividade? Resquício de Brasil Colônia?"

Extraído de: http://laboratorio.folha.blog.uol.com.br

terça-feira, 28 de abril de 2009

Pequenos contra alterações no código

Segue abaixo reportagem do site O Eco, com uma representante mais esclarecida dos pequenos produtores rurais brasileiros. Há conflitos com o Código Florestal? Sem dúvida. Mas o discurso unilateral dos ruralistas ou é vazio, ou é tendencioso. Investir em extensão rural de qualidade e tecnologia no campo, além de distribuição mais justa da terra também são caminhos, e não somente o sacrifício do patrimônio natural, já tão depauperado.


28/04/2009, 13:17
Valendo-se do alento silencioso do Palácio do Planalto, ruralistas, parlamentares, o governador de Santa Catarina Luiz Henrique da Silveira e o ministro Reinhold Stephanes (Agricultura) vêm defendendo com unhas e dentes alterações no Código Florestal. Eles alegam, entre outros pontos, que manter a legislação como está inviabilizará o número mágico de um milhão de pequenos produtores no país.

Curioso, O Eco quis conhecer um pouco do que pensam os tais pequenos produtores, ouvindo Graça Amorim, coordenadora de Reforma Agrária da Federação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar do Brasil (Fetraf). As respostas apontam para algo bem diferente do alardeado pelos defensores de mudanças no Código Florestal.

Como a Fetraf avalia as propostas encabeçadas por ruralistas para mudanças no Código Florestal?
Graça Amorim -
Não precisamos mexer no Código Florestal Brasileiro para fazer agricultura familiar. O código dá conta das necessidades do Brasil. Precisamos apenas de pequenos ajustes, não dessa sangria desatada que a bancada ruralista está propondo. O Estado brasileiro também não implementou a lei como devia, não deu a devida publicidade e não internalizou debates sobre o assunto. Quem esculachou o código, quem fez pecuária, quem desmatou a Amazônia foi a bancada ruralista. As mudanças que eles propõem são, inclusive, para aumentar o desmatamento na Amazônia, no Cerrado, no Brasil. O código de Santa Catarina foi um desastre. O estado sofreu aquele acidente por falta de prevenção e preservação. Estamos preocupados porque alguns agricultores familiares estão comprando gato por lebre e achando que mexer no Código Florestal fará a agricultura familiar se consolidar. Não é por aí.

Quais seriam esses pequenos ajustes? Como resolver casos de pequenos produtores com terrenos bloqueados pela existência de nascentes, rios e afins?
Graça Amorim -
Precisamos de uma política que garanta a sobrevivência de famílias próximas a áreas de conservação. Hoje há muita limitação. Culturas e conservação podem se adequar, por exemplo com a apicultura e outras atividades. Obviamente não precisamos diminuir áreas de conservação. Agricultura familiar pode conviver em harmonia com o meio ambiente. Sobre a água, é possível se buscar alternativas de produção adequadas às realidades das áreas ocupadas.

Quais são as reais necessidades dos pequenos produtores brasileiros?
Graça Amorim -
Entendemos que o estado deve investir em tecnologia para sustentabilidade, educação, formação técnica, reforma agrária. Há espaço e oportunidade no país para se potencializar a reforma agrária. Precisamos de oportunidade, não precisamos degradar o meio ambiente para fazer agricultura, isso é coisa do passado. Ainda há uma distância muito grande entre as políticas de Estado e as necessidades da agricultura familiar. Se degradarmos hoje, pagamos a conta amanhã. Isso não é Filosofia.

Pequenos produtores respondem por quanto da produção de alimentos no Brasil?
Graça Amorim -
Os últimos estudos mostram que entre 78% e 82% dos alimentos que chegam à mesa dos brasileiros, nas cidades, vêm da agricultura familiar. A grande produção baseada em monoculturas não fica no Brasil.

Extraído de http://www.oeco.com.br/curtas/38-curtas/21561-pequenos-contra-alteracoes-no-codigo

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Mais cana, menos mata

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O governo de São Paulo divulgou na última semana o levantamento agropecuário paulista 2007/2008. O censo, realizado em mais de 324 mil propriedades rurais do Estado, ilustra o enorme crescimento de algumas culturas, como a cana-de-açúcar. A espécie, que em 1996 ocupava cerca de 2,9 milhões de hectares, passou a ocupar mais de 5,4 milhões de ha. A vegetação natural nas propriedades rurais, no entanto, não apresentou crescimento. Em 1995, quando as propriedades rurais ocupavam quase 20 milhões de hectares das terras do Estado, apenas 2 milhões de ha, aproximadamente, eram cobertos por vegetação nativa, o que representa cerca de 10%. Em 2008, essa porcentagem não passou dos 11,8%. Os dados do levantamento podem ser conferidos aqui.
Extraído de: http://www.oeco.com.br/curtas/38-curtas/21555-mais-cana-menos-mata