quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

As várias caras do Cerrado

O Eco
Aldem Bourscheit
14/01/2010, 14:14
Foi lançado esta semana um detalhado mapa com as “fitofisionomias” do Cerrado, ou os tipos de vegetação encontrados em seus dois milhões de quilômetros quadrados. A imagem foi produzida a partir do cruzamento de dados oficiais sobre biodiversidade (Probio/MMA) e sensoriamento remoto dos biomas (CSR/Ibama 2009) e divide o Cerrado em dois grandes blocos de savanas e florestas, detalhando-os conforme a elevação do terreno, distribuição das matas no entorno de rios e outros cursos d´água, porte das árvores e outras características.
“O mapa mostra os remanescentes do Cerrado e os diversos tipos de vegetação que ele tem, com classes usadas pelo IBGE. Também apresenta o quanto foi perdido entre 2002 e 2008 e o quanto resta de cada fitofisionomia”, explicou o biólogo Marcelo Gonçalves de Lima, autor do trabalho cartográfico e consultor junto ao Centro de Sensoriamento Remoto do Ibama, em Brasília.
O mapa tem “mil e uma utilidades”, como demonstrar as ameaças ao verde do Cerrado frente a hidrelétricas, rodovias e outras de infraestrutura, planejar o extrativismo de frutas como pequi e caju, associadas a determinado tipo de vegetação, projetar a movimentação e a distribuição de animais ou espécies ameaçadas, proporcionar a criação de áreas protegidas envolvendo porções mais ameaçadas do bioma, além de ajudar a refinar a quantidade de Dióxido de Carbono (CO2) emitido pelo desmatamento e o quanto desse gás de efeito estufa está armazenado entre os diferentes tipos de vegetação.
“O mapa pode ajudar no planejamento da conservação e da recuperação do Cerrado e de seus serviços ambientais, bem como na formulação de políticas públicas voltadas a sua proteção”, avaliou Lima, doutor em ecologia pela Universidade de Brasília (UnB).À frente do Instituto Sociedade, População e Natureza (ISPN), o ambientalista Donald Sawyer comentou que o mapa também joga luz sobre a enorme diversidade da vegetação do Cerrado. “É um bioma extremamente diverso e complexo”, disse. Para ele, é preciso calcular por estado os remanescentes de cada tipo de vegetação e proteger até mesmo fragmentos, costumeiramente desprezados nas políticas para criação de áreas protegidas. “Essas parcelas são fundamentais para a recuperação de cada fitofisionomia, e êm valor para a manutenção da biodiversidade e para a economia”, ressaltou.
Para quem se interessar, eu tenho esse mapa porque conheço o Marcelo de Lima do CSR/IBAMA e ele me forneceu. Tem 1Gb mas posso passar se alguém quiser!!
Para ver mais acesse o link da reportagem: