quinta-feira, 29 de maio de 2008

TNC, FAMATO E SEMA divulgam dados sobre a vegetação da Bacia Hidrográfica do Rio São Lourenço

Cerrado 29/05/2008

A The Nature Conservancy (TNC), a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso (Famato) e a Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema-MT) divulgam nesta quinta-feira, dia 29, os resultados do Projeto Cerrado Sustentável - Agricultura e Conservação, que analisou os passivos ambientais de Reserva Legal (RL) e Área de Preservação Permanente (APP) de 750 mil hectares em sete municípios da Bacia Hidrográfica do Rio São Lourenço, em Mato Grosso, e indica que há uma capacidade de regeneração significativa das áreas de mata ciliar da região.
De acordo com Glauco Freitas, coordenador do Projeto pela TNC, "o projeto demonstra que é possível envolver o poder público e a sociedade civil para garantir a qualidade da água de uma das bacias hidrográficas mais importantes para a produção agropecuária da região, além da conservação da biodiversidadeaquática, de extrema importância."A análise dos passivos ambientais de 750 mil hectares incluiu os municípios de Poxoréu, Dom Aquino, Jaciara, Juscimeira, São Pedro da Cipa, Rondonópolis e Campo Verde, e verificou que há um déficit de 17% de RL na área de Cerrado e de 21% na área de transição entre Cerrado e floresta. A RL é a porcentagem de área com vegetação nativa a ser preservada em cada propriedade rural, determinada pelo Código Florestal Brasileiro. A capacidade de regeneração significativa das áreas de mata ciliar degradadas da região é fundamental para agilizar e baratear o custo da recuperação destas matas e garantir os serviços ambientais por ela prestados. O levantamento identificou que 40% das matas ciliares precisam ser restauradas.Glauco explica que a capacidade de regeneração da vegetação nativa se dá devido à quantidade de remanescentes de cerrado existente na região capaz de produzir e dispersar sementes que nascerão sozinhas, sem necessidade de grandes áreas de plantio de espécies nativas. "Para que a regeneração natural ocorra também é preciso retirar os fatores que causam a degradação, como fogo e o pisoteio do gado", complementa. O trabalho de capacitação dos técnicos e extensionistas da região para recuperação de áreas degradadas será realizado nos meses de junho e julho próximos pela Sema, TNC e ESALQ/USP, com apoio do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar).Esses resultados fazem parte dos dados levantados em dois anos e meio de trabalho pelo projeto Cerrado Sustentável Agricultura e Conservação, que contou com o apoio financeiro da Caterpillar, e serão apresentados no Encontro Internacional de Negócios da Pecuária (Enipec), no Centro de Eventos Pantanal, em Cuiabá, às 18h15min, no Auditório dos Pássaros.Na ocasião, será lançada a publicação "Recuperação de áreas degradadas - uma proposta para o cerrado da Bacia Hidrográfica do Rio São Lourenço-MT", em versão para o produtor rural. A equipe do Laboratório de Ecologia e Restauração Florestal da Escola Superior Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Lerf/Esalq/USP) foi a responsável pelos dados técnicos da publicação, fruto da pesquisa de campo realizada em 2007 na região.As instituições parceiras do projeto reconhecem que o Vale do Rio São Lourenço é carente em termos de desenvolvimento econômico e, sem recursos financeiros, é muito difícil recuperar áreas degradadas. Por isso, o projeto fez um estudo da cadeia produtiva da pecuária na região e está sugerindo formas de melhorar a performance econômica do produtor rural. Para Amado Oliveira, representante da Famato no Projeto, "a parceria foi feita para identificar os problemas ambientais, mas também para buscarmos juntos uma solução para os problemas." (Fonte: TNC/Lead Comunicação)


Um comentário:

Ingo Isernhagen disse...

Puxa, legal isso, hein! Claro que sabia do evento e da publicação, já que participamos diretamente disso, mas ver os dados serem divulgados dessa forma dá muita satisfação. Assim que tivermos em mãos uma versão do manual, mostrarei a todos. Tecnicamente falando, é realmente impressionante o potencial de regeneração, e não é concebível perder essa oportunidade de diminuir custos da restauração, mantendo a diversidade genética local. Abraços!